Transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham caracteristicas de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados. Diferem entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem medo ou ansiedade e se diferenciam do medo ou ansiedade adaptativos por serem excessivos ou persistirem além de periodos apropriados ao nivel de desenvolvimento.
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V) - Associação Americana de Psiquiatria
A ansiedade é uma preocupação crescente no Brasil, afetando uma parcela significativa da população. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que temos por aqui uma das maiores prevalências globais dessa condição e eu duvido que você não conheça, no mínimo, umas três pessoas que se afirmem ansiosas. Talvez, você mesmo seja uma dessas pessoas, não é? E eu nem sei qual sua idade, gênero, ou nada do tipo.
Eu sei disso porque eu também sei que a ansiedade não tem afetado apenas adultos, a sua incidência entre crianças e jovens até superou a de adultos no Brasil, mostrando ser algo que requer muita atenção.
Você também anda sofrendo de ansiedade?
Do que exatamente a gente está falando, quando fala de ansiedade?
Trouxe ali no começo do texto a definição que aparece no DSM-V, mas, pensando no cotidiano, a ansiedade pertence àquela familia de afetos/sentimentos, ligados ao medo, temor, preocupação, pânico e também à ansia por algo, expectativa e uma excitação apressada, fica aí entre essas nuances e inclui, por exemplo:
Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele
Fatigabilidade
Dificuldade em concentrar-se ou sensações de "branco" na mente
Irritabilidade
Tensão muscular
Perturbação do sono
Tremores
Sensação de peso no peito
... e outros correlatos.
A ansiedade pode ocorrer em qualquer circunstância e não se restringe a situações ou objetos específicos.
ATENÇÃO! O proprio DSM afirma que existe uma diferença entre o que chamamos de Transtornos de Ansiedade e o medo ou ansiedade adaptativos, e eu acho isso um ponto muito importante porque tanto o medo quanto a ansiedade são afetos essenciais para a nossa existência. São parte natural da experiência humana e nos alertam, nos protegem e, muitas vezes, nos empurram para a ação.
O problema (transtorno) surge quando essa ansiedade deixa de cumprir seu papel original e passa a tomar proporções excessivas, trazendo prejuízos para a vida cotidiana. E quando isso acontece precisamos encará-la como um SINTOMA.
O sintoma não é apenas um incômodo ou algo a ser eliminado; ele surge por algum (ou alguns) motivos, carrega em si uma mensagem, um enigma a ser desvendado. Então, quando falo de encarar a ansiedade como um sintoma, quero dizer que ela não deve ser vista como uma única coisa, específica, que é igual para todo mundo e que deva ser suprimida seguindo as 5 dicas que algum fulano divulga por aí.
Se você está sofrendo de ansiedade, não buscar um profissional vai atrasar o seu processo de tratamento e as vezes até piorar sua condição atual.
A sua ansiedade pode ter várias fontes, e aí entra o papel da psicoterapia: mapear, com você, essas fontes. Decifrar o que está sendo dito por meio dos sintomas e entender as necessidades e possibilidades frente à isso. Não se trata de eliminar a ansiedade a qualquer custo, mas de compreender sua função e analisá-la. Afinal, como já nos disse Freud, os sintomas, por mais incômodos que sejam, têm algo a nos dizer.

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