
Um pouco de história...
Ouvi algumas vezes ao longo da vida a seguinte afirmação: "quem escolhe estudar Psicologia está querendo se entender", não diria ser o meu caso.
Na verdade, a Psicologia não foi nem o primeiro curso que me veio à cabeça quando comecei a pensar sobre o caminho que gostaria de seguir profissionalmente. Inicialmente, cogitei Engenharia Civil ou Arquitetura, porque gostava de exatas.
A verdade é que é bem desafiador escolher uma profissão, ainda mais na adolescência, em que tudo parece tão intenso e definitivo e contrasta com a pouca ou nenhuma experiência que temos. A Psicologia apareceu para mim em uma dessas apresentações que as escolas costumam ter sobre vestibulares e opções de cursos. Lembro-me de ler a palavra PSICOLOGIA numa lista de cursos e me surpreender: "como nunca cogitei isso?".
Sempre me interessei por pessoas. Gostava de ouvir suas histórias e opiniões e me encantava com a diversidade, com o fato de que cada pessoa é única, singular. Eu não queria só ME entender, eu queria entender as pessoas, ouvi-las, saber o que elas pensavam.
Não consegui desapegar da ideia de cursar arquitetura imediatamente, mas era preciso fazer uma escolha e o interesse pela psicologia se sobressaiu.
Escolha feita, cursei Psicologia na UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP) e sou grata por cada experiência e cada professor que tive nessa instituição. Me formei há 10 anos. Desde então, fiz pós-graduação em Psicologia Clínica, trabalhei com atendimento clínico, trabalhei em Casa de Acolhimento Institucional (de crianças e adolescentes) e também em Centro de Referência de Assistência Social. A cada dia, vendo de perto como o cuidado com a saúde mental faz a diferença na vida das pessoas, posso afirmar com convicção que amo a profissão que escolhi.
A experiência que adquiri ao trabalhar em diferentes contextos me proporcionou uma visão ampla das questões sociais e emocionais que podem afetar o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas nas diferentes fases da vida e, hoje, ainda atuo no Sistema Único de Assistência Social, além do atendimento clínico psicoterapêutico na modalidade online de adolescentes e adultos.
Estar engajada tanto no atendimento clínico como na assistência social reflete meu compromisso em tornar a Psicologia acessível a todos, independentemente de sua condição. Meu desejo é que meu trabalho possa ajudar cada família e indivíduo na conscientização e cuidado da saúde mental.
Minha abordagem e "por que a Psicanálise?"
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Escolhi a psicanálise porque acredito que cada pessoa carrega uma história única, que não se explica totalmente por diagnósticos ou fórmulas. E é, justamente, nessa singularidade que reside o sentido do meu trabalho clínico: na escuta do que é próprio de cada um, atravessado pelas marcas do tempo, da linguagem e das relações.
Enquanto a saúde mental em nossa época é, com frequência, tratada como um conjunto de técnicas, intervenções rápidas ou protocolos (recursos que tem sim o seu valor), o que me move é essa "outra coisa", esse encontro com o sujeito que fala, que tenta dizer algo de si, ainda que não saiba bem o quê.
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Essa escolha também fala de mim: Se o que defendo é a importância da singularidade, preciso permitir que isso valha para o meu próprio exercício profissional. Por isso, não busco me encaixar em modelos prontos de atuação. A escuta que proponho parte da mesma ética que me orienta: a de não reduzir ninguém (nem o outro, nem a mim) a um padrão.
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A psicanálise me oferece uma direção, não um molde.
E é nessa direção que eu escolhi seguir.



